Título do Filme: Espelho, Espelho Meu
Título Original: Mirror, Mirror
Distribuidora: Imagem Filmes
Duração do Filme: 106 minutos
Gênero: Fantasia / Aventura / Comédia
Direção: Tarsem Singh
Elenco: Lily Collins, Julia Roberts, Armie Hammer, Sean Bean, Michael Lerner
Nota: 6,5
Título Original: Snow White and the Huntsman
Distribuidora/Produtora: Universal
Duração do Filme: 128 minutos
Gênero: Ação / Aventura / Fantasia
Direção: Rupert Sanders
Elenco: Kristen Stewart, Chris Hemsworth, Charlize Theron, Sam Claflin, Sam Spruell
Nota: 6,0
Há tempos não aparecia uma espécie de “rixa” entre filmes do mesmo tema. Neste caso, esta batalha foi bem sem-graça. Adaptações com intuito confuso, uma vez que procuram se distanciar e se aproximar ao mesmo tempo do conto de fadas original da Branca de Neve. Resultado: roteiros pouco desenvolvidos e criatividade que deixa um pouco a desejar. A preocupação para ganhar o sucesso do público foi tão mais trabalhada e explorada que os elementos principais do filme acabaram perdendo o foco.
Em “Espelho, Espelho Meu” a readaptação da
história já libera um ar mais cômico, hilário e irônico. As cenas de ação são
poucas e não muito desenvolvidas já que não é este o intuito do mesmo. Em “Branca
de Neve e o Caçador” tudo está mais voltado para batalhas e conflitos com
toques medievais, propiciando maior destaque para a atmosfera escura e sombria
que paira entre os cenários da maioria das cenas. Essa alusão a um ambiente
mais gótico acaba tornando o filme um pouco mais interessante visualmente,
porém outras adaptações de contos já fizeram o mesmo. O ambiente harmônico propiciado
pela fotografia mais colorida do primeiro filme também não é ruim: as tomadas
são claras e coerentes com a proposta. Sendo assim, em termos de recursos
técnicos visuais como efeitos especiais, figurino, maquiagem, direção de arte,
fotografia, entre outros, os dois são aceitáveis. Porém o de Rupert Sanders consegue um efeito
consideravelmente maior. A computação gráfica é bastante
eficiente ao projetar os detalhes da floresta negra, dos seres imaginários,
etc.
Quanto às interpretações das atrizes
protagonistas a análise já muda um pouco. Nenhumas das duas realizaram uma
atuação extremamente chamativa, comovente ou contagiante. Faltou óleo para as
máquinas funcionarem longinquamente! Lily Collins trabalhou bem, mas mesmo
assim não foi párea para a rainha caricata de Julia Roberts (que nem foi tão
boa assim). Sua personagem com um toque mais amigável e carismático até que
agrada um pouco mais que a inexpressividade “crepusculiana” de Kristen Stewart. Se olharmos com olhos críticos,
a atuação desta chega a ser quase irritante de tantos clichês que ficam
estampados no rosto da personagem. A tentativa de ser uma heroína mais brava, guerreira
e corajosa falha e a atriz escorrega neste solo duvidoso. Ela já foi uma atriz
autêntica. Quem já assistiu “O Quarto do Pânico” nota esta diferença. Largar o
vício sobre a imagem de Bella Swan é um novo obstáculo para sua carreira e pode
demorar.
Pronto. Mais um paralelo traçado. A conclusão
é que acabou formando uma verdadeira antítese, provocada por estas
características tão distintas das “Brancas de Neve”. Lily Collins, mesmo com um
trabalho linear, leva a melhor sem louvor.
Agora vamos comentar das bruxas (Rainhas más)
que com certeza ofuscam suas rivais insossas. Julia Roberts mesmo tomando quase
todo o filme para si perde irrevogavelmente para a talentosa e belíssima Charlize
Theron. Porém, “Branca de Neve e o Caçador” peca consideravelmente nesta
escolha: a rainha má é um milhão de vezes mais bonita que a protagonista, sem
sombra de dúvida! Não há como bater de frente com isso. Enfim, esta rainha é a
componente chave que agrada e convence o espectador de que o filme não é tão
ruim assim.
As histórias são pouco exploradas e são
recheadas com furos, clichês esgotados, etc. “Espelho, Espelho meu” traz uma
protagonista que junto com os sete anões está disposta a lutar por seus
direitos e dizimar os dogmas de sua rainha. Resumindo: um enredo sem sabor
algum. Mas para deixá-lo mais agradável, a roteirista Melissa Wallack utiliza
diversos artifícios intrigantes como clichês propositais, diálogos chulos e
criatividade um tanto quanto exótica e esquisita. A cena do tratamento de
beleza exemplifica este posicionamento. Salpicado com algumas piadinhas e humor
com segundas intenções, este filme se torna um Conto de Fadas para Adultos. Já
no outro filme, a busca é por caminhos diferentes. É um pouco mais fiel com o
original, mas nem tanto. Branca de neve presa nas masmorras desde a morte do
pai foge do castelo do reino e vai direto para a “Floresta Negra”. Enfurecida e
temendo por sua beleza, a Rainha Má ordena que um caçador (Chris Hemsworth) a
encontre e a mate em seguida. No entanto, ele a libera e acaba se tornando uma
espécie de mentor da Branca de Neve. Chris até que não desempenhou mal, apesar
de ainda parecer bastante com Thor.
Para continuar com a análise vou liberar um spoiler, portanto se você ainda não assistiu não leia o restante. Pois bem, a icônica cena do “beijo do amor verdadeiro” foi decepcionante. Depois da tentativa improdutiva daquele príncipe sem-graça e apagado, o Caçador a beija e de repente... a garota acorda! Como que uma pessoa que conheceu a outra há exatos trinta ou quarenta minutos atrás, consegue amá-la verdadeiramente? Neste caso, se uma delas ainda nem ajuda com isso, demonstrando nenhum sinal de sentimento ou atitude que conseguiria conquistar o indivíduo? Definitivamente não deu para engolir esta parte da história.
Para continuar com a análise vou liberar um spoiler, portanto se você ainda não assistiu não leia o restante. Pois bem, a icônica cena do “beijo do amor verdadeiro” foi decepcionante. Depois da tentativa improdutiva daquele príncipe sem-graça e apagado, o Caçador a beija e de repente... a garota acorda! Como que uma pessoa que conheceu a outra há exatos trinta ou quarenta minutos atrás, consegue amá-la verdadeiramente? Neste caso, se uma delas ainda nem ajuda com isso, demonstrando nenhum sinal de sentimento ou atitude que conseguiria conquistar o indivíduo? Definitivamente não deu para engolir esta parte da história.
Portanto, nenhum dos dois filmes deixa uma
afirmação conclusiva de qual foi o melhor. Ambos deixaram a desejar e projetaram
paradoxalmente um tipo de guerra congelada (nem fria), ou seja, um conflito sem
táticas e artifícios fortes, mas sim com ideologias fracas e nada convincentes.
ook.
ResponderExcluirposicionamento legal!
Essa critica é exatamente o que eu estava pensando sobre esses filmes, acho que é a melhor crítica que vocês já publicaram, você escreve muito bem parabéns :)))
ResponderExcluirconcordo plenamente com vc!!
ExcluirGostei muito foi uma crítica muito clara e interessante sem duvida a melhor crítica que ja ouvi !!
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