O legado de Pânico é inegável: o filme promoveu espertamente seu gênero, lançou as carreiras de muitos atores jovens e redefiniu o terror para uma nova geração de cinéfilos. Numa era de reboots e remakes, Pânico 4 homenageia seus fãs com uma sequência tão aguda e irreverente quanto o original.
Pânico sempre teve a ver com engenhosidade. Wes Craven achou a tomada de Kevin Williamson inventiva e diferente e, contudo, totalmente Pânico. “Você tem de voltar com algo digno de voltar”, comenta Craven, notando os altos padrões estabelecidos pelos predecessores de Pânico 4. “Você está se dirigindo a uma geração de fãs jovens e também à geração que está com você há três, bem como uma década digna de outros filmes. Você tem de ser tão bom ou melhor do que todos os filmes anteriores.”
Com Craven e Williamson a bordo, os ex-alunos sobreviventes de Pânico saudaram o roteiro de Williamson com entusiasmo e agarraram a oportunidade de revisitar seus papéis icônicos num mundo completamente novo e ultramoderno. Os personagens colocados em movimento quinze anos atrás eram cruciais para seu tom. “É mais parecido com o Pânico original do que com os outros dois que se seguiram”, diz Arquette. “É uma nova geração. É uma nova jogada. Tem mais tecnologia, mais filmes e mais mídia com que se divertir”.
Cox ansiava por tornar-se Gale Weathers novamente – em parte, pela diversão de reconectar-se com seu elenco e pessoal. “As pessoas sempre falam sobre trazer as coisas de volta, mas isso foi algo que eu esperava que voltaria um dia porque nos divertimos tanto fazendo os três primeiros”, comenta Cox.
Assim como a paisagem do terror mudou nos onze anos desde Pânico 3, as vidas dos inconfundíveis e inesquecíveis personagens principais de Pânico também mudaram.
Dewey, Gale e Sidney são reintroduzidos em fases completamente diferentes e desafiadoras de suas vidas. Sidney Prescott escreveu um best-seller sobre a superação de traumas pessoais. “Ela chegou a um lugar diferente em sua vida e conseguiu aceitar o que aconteceu com ela”, explica Campbell. “Ela encontrou um modo de lidar com sua história e escolheu ajudar as pessoas que poderiam ter uma história semelhante de algum modo. No começo do filme, ela está na turnê de lançamento do seu livro.”
Enquanto Sidney encontrou o sucesso, Gale tropeçou. “Ela acaba de passar por um importante bloqueio de escritor”, diz Cox sobre Gale. “Ela escreveu seis livros Stab e agora está ficando sem ideias. Ela está nessa pequena cidade de Woodsboro e está muito infeliz”.
Cox, Arquette e Campbell achavam que revisitar esses papéis era uma empreitada fácil, especialmente com a franquia de volta às mãos dos mestres do gênero, Craven e Williamson. “Quando um diretor como Wes e um roteirista como Kevin unem esse mundo, é fácil penetrar nesses papéis”, observa Arquette.
Enquanto Pânico 4 reúne seu trio principal, ele também introduz um talentoso novo grupo de atores na série como um fantasma do passado encontra uma nova geração.
Novos membros do elenco incluem Emma Roberts, como a prima de Sidney, Jill, que tem um relacionamento com Nico Tortorella, o bad boy residente de Woodsboro, Trevor Sheldon. “Trevor tem toda essa energia de ser o mandachuva no campus, e o tempo todo ele fica tentando reconquistar seu amor e entregar-se a Jill”, diz Tortorella. “Quando alguém mais está por perto, ele meio que esconde tudo isso, mas quando são só ele e ela, ele consegue desabafar.”
Hayden Panettiere interpreta Kirby, uma cinéfila de espírito ágil, franca e durona. “Ela é grosseira, forte e perspicaz”, diz Panettiere sobre Kirby.
Erik Knudsen interpreta Robbie, o adolescente tecnologicamente mais hábil de Pânico 4.
“Grande parte desse filme não é apenas o efeito de filmes sobre esses personagens, mas também o efeito da internet e o fato de que os filmes estão fluindo para a internet. Ele é o único que liga essa duas gerações. O ator se diverte muito com o papel”, diz Craven sobre Knudsen.
Completando o elenco de Pânico 4 estão Marielle Jaffe, Lucy Hale de Pretty Little Liars, Brittany Robertson, de Juntos Pelos Acaso (Life as We Know It), Aimee Teegarden, de Tudo Pela Vitória (Friday Night Lights), e a estrela de 90210, Shenae Grimes.
A duplamente indicada ao Oscar, Mary McDonnell, estrela como Tia Kate, mãe de Jill. Alison Brie, estrela de Mad Men e Community, interpreta Rebecca, a determinada publicitária de Sidney. “Ela é muito ambiciosa. Ela é uma pequena batalhadora. Ela ama Gale Weathers. Ela a admira e quer ser ela”, diz Brie sobre seu papel.
Tentando manter a ordem no caos estão os três novos tiras do filme: Marley Shelton, Anthony Anderson e Adam Brody. Brody, antigo fã de Pânico, ficou empolgado por ingressar nessa adorada franquia. “Tendo gostado desses filmes no colégio, é legal e quase surreal atuar com os mesmos atores que interpretavam aqueles personagens. É uma ótima experiência”, diz Brody.
Anderson adorou ser parte de um projeto tão lendário e sagaz. “Tem muitas jogadas e reviravoltas ao longo do caminho”, diz Anderson.
Pânico 4 não seria um filme Pânico sem os pontas: a ganhadora do Oscar, Anna Paquin, e a estrela Kristen Bell, de Ressaca de Amor (Forgetting Sarah Marshall).
Pânico 4 foi filmado durante o verão de 2010 em Ann Arbor, Michigan. A produção apresentou alguns dos fanáticos da série, que esperavam ter um vislumbre de Sidney, Gale, Dewey ou Ghostface. A alegria de Pânico está na arte da surpresa; então, todo mundo na produção manteve silêncio sobre os muitos segredos e jogadas de seus roteiros com marca d’água e protegidos.
Entretanto, Craven expandiu a experiência do set e provocou ocasionalmente suas legiões de fãs no Twitter. Ele se viu como parte da tecnologia que Pânico 4 critica. “Eu ficava o tempo todo tuitando sobre esse filme”, lembra Craven. “Tem todas essas novas tecnologias que estão afetando os acontecimentos em nosso mundo. Essa é uma parte grande desse filme. Toda uma geração tem todo um novo kit de ferramentas de comunicação.”
Trazendo de volta o visual marca registrada de Pânico está o diretor de fotografia Peter Deming, de Pânico 4 (bem como de Pânico 3 e Pânico 2). “Peter Deming é a espinha dorsal do visual do filme. Ele chegou na metade do primeiro Pânico”, entusiasma-se Craven. “Ele dá aquele visual rico, maravilhoso e grande. Usamos lentes anamórficas para que tenha uma tela panorâmica, uma sensação de maior-que-o-natural. Tudo é montado lindamente. É uma coisa maravilhosa para provocar o terror. A gente sempre sente que está vendo algo especial. E tudo isso é obra de Peter Deming.”
Cox ficou extremamente feliz em se reunir com Craven novamente, também. “Faz dez ou onze anos que fizemos Pânico 3 e não acho que ele tenha mudado nem um pouco”, diz Cox seu diretor. “Ele é muito engraçado e seco e me faz rir.”
Craven tem uma profunda conexão com Sidney, Gale e Dewey, bem como com os atores que os interpretam. “É uma sensação familiar e descontraída”, diz Craven sobre trabalhar com Campbell, Cox e Arquette. “Creio que sei como extrair o melhor deles e eles sabem como extrair o melhor de mim, de algum modo. Os personagens são conhecidos e são ricos. Aquelas três pessoas com quem eu adoraria trabalhar em qualquer momento.”
A gente não tem essa experiência com tanta frequência nesse ramo”, observa Arquette sobre o lugar incomum de Pânico na história do cinema e seu legado duradouro. “A gente trabalha com pessoas com quem trabalhamos durante dezesseis anos seguidos. É algo especial. Eu deveria morrer em Pânico. Wes disse: ‘Vamos fazer uma tomada em que excluímos Dewey e ele ainda meio que está vivo’. E isso mudou o resto da minha vida.”
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