Resenha Crítica - "Pânico 4"

Atenção a crítica abaixo contém spoilers, se você não assistiu ao filme, não leia!

Título: Pânico 4

Título Original: Scream 4

Distribuidora/Produtora: Imagem Filmes/ Dimension Films

Duração do Filme: 111 minutos

Gênero: Terror/Suspense/Humor Negro

Diretor: Wes Craven

Atores Principais: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Emma Roberts e Hayden Panettiere
 Nota: 8,3

É um filme tenso, assustador, engraçado, forte, aconchegante e sensato. Merece ser visto por muitos, pois é um excelente programa para levar sustos e dar boas risadas, com seu explícito humor negro. Além disso, o roteiro do filme não perdeu 
seu gênero, terror teen, e soube esbanjar da sarcástica criatividade. Agora, são novas regras e uma nova década, portanto há muitas diferenças e semelhanças com seus antecessores, mas vale ressaltar que as regras para sobreviver a uma onda de assassinatos mudaram completamente.

Os atores novos se destacaram neste novo volume da série, principalmente Hayden Panettiere (Kirby) e Marley Shelton (Judy). Elas roubaram as cenas e souberam levar perfeitamente os seus respectivos papeis. Hayden, interpretando a amiga cinéfila de Jill, mostrava-se corajosa e irônica, de modo que acarretou seu favoritismo e relacionamento com o público. Já Marley não foi tão comentada, pois muitos acreditavam que esta seria a assassina, mas esteve muito divertida com sua “quedinha” pelo Dewey e discussões com Gale. Resumindo, foram elas que elevaram a emoção e o consentimento de quem estava assistindo. Já os atores veteranos, como Neve Campbell, Courteney Cox e David Arquete ficaram um pouco excluídos, com exceção da primeira. A personagem Sidney trouxe seu forte heroísmo à tona e como sempre, se saiu bem vigorosamente, apesar do(a) assassino(a) ter dado trabalho dessa vez. Cheguei até a pensar que o vilão sairia impune ao final da história, mas Sidney reagiu e fechou a trama da mesma maneira que os antecessores, porém não podemos visualizar o tradicional tiro na cabeça. É uma pena!

Agora vamos analisar o início da história, onde o telespectador é enganado duas vezes. Utilizaram uma metalinguagem perfeita, impecável e muito original, apesar dessas cenas serem um pouco exageradas. É um filme dentro de um filme, dentro de um filme, entenderam? Sei que é complicado, mas é assim. Começa com uma cena de Stab 6, onde Lucy Hale e Shenae Grimes morrem. Quem está assistindo a esta cena são Anna Paquin e Kristen Bell, porém as mesmas são personagens de Stab 7 e quando você menos espera Kristen esfaqueia Anna. Porém quem estava assistindo a este filme são Aimee Teegarden (Jenny) e Britt Robertson (Marnie), personagens de Pânico 4. Finalmente, acontece a famosa cena de abertura. Ambas morrem, mas a facada que dá início ao filme fica para Jenny, a tradicional “loira bonita e peituda” como vítima.

O que mais intriga é que nos trailers e imagens divulgadas pela produtora, mostravam cenas diferentes da que vimos. Pesquisei isso a fundo e descobri que Wes Craven decidiu substituir e mudar o início do filme, pois talvez ficasse confuso, insano e exageradamente sem escrúpulos. Na primeira versão que fizeram, a personagem de Britt Robertson pensaria que era uma brincadeira de Jenny (Aimee Teegarden) no momento em que Ghostface a atacava. Porém ao perceber o exagero do sangue, compreenderia que era o assassino de verdade e morreria esfaqueada dizendo: “Você não é real”. Convenhamos que esta versão era realmente ridícula e que foi muito bom ser substituída.

Não foi a melhor cena de abertura, apesar de ser inovadora, ficando longe em disparada da morte de Casey Backer (Drew Barrymore) no primeiro filme, dando origem ao sucesso da franquia do horror.

Demora um pouco para a história entrar nos eixos novamente, mas quando isto se realiza, torna-se um show de surpresas e sangue. Desta vez, um novo grupo de estudantes é perseguido pelo Ghostface em Woodsboro: Kirby (Hayden Panettiere), Jill (Emma Roberts), Charlie (Rory Culkin), Robbie (Eric Knudsen), Trevor (Nico Tortorella) e Olivia (Marielle Jaffe). Dentre estes, a última teve a morte mais brutal, violenta, exagerada e sangrenta do filme, pois espalhou sangue e tripa para todos os lados do cômodo, onde foi atacada pelo assassino. Sua participação foi breve, mas marcou presença na franquia. Charlie e Robbie interpretaram “nerds cinéfilos”, Trevor é o ex-namorado de Jill que não cansa de lhe perseguir (técnica utilizada para levantar suspeitas) e Kirby é a personagem mais autêntica e diferente de tudo o que vimos nas histórias anteriores.

Sidney tem desta vez uma assessora para o seu livro “Out of Darkness”, Rebecca Walters (Alison Brie), cuja personagem leva uma facada no estacionamento e é jogada para uma multidão onde Dewey esclarece os assassinatos e diz: “Está tudo sobre controle!”. Podemos notar facilmente o humor negro entrando em cena.

O filme não foge as técnicas de seus antecessores, portanto as mortes e perseguições não param. Porém, chega um ponto em que não dá para aguentar a ansiedade e são revelados os assassinos. Não direi quem são, mas o motivo dito por eles não convence.

Nesta cena onde ocorre a revelação, Sidney leva uma forte facada e um dos assassinos é traído pelo parceiro. O que sobrou se autoflagela a fim de sair como o único sobrevivente do massacre. Porém seu plano não dá certo, pois Sidney “acaba” com tudo no hospital.

Pânico 4 é fiel à franquia e acomoda os seus fãs, pois podemos relembrar os antigos personagens, além de saborearmos o desespero dos novos.

Wes Craven utiliza o mesmo artifício, porém mais apimentado. Ele te faz levar vários sustos, mas logo em seguida dá liberdade para dar boas risadas. Uma técnica inteligente, que não vemos nos filmes de terror atualmente.

Assista ao filme, fique atento às cenas e aos sustos e cuidado para o sangue das vítimas não atingir você!

Críticas e comentários realizados por Luis Guilherme